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A Estratégia Saúde da Família como articuladora da saúde mental: relato de caso pela ACS Silvana Trarbach (Trabalho apresentado no 12º Congresso Internacional da Rede Unida)
A estratégia da saúde da família visa à criação de vínculos com a comunidade, estando suas equipes engajadas em ações na promoção e prevenção à saúde. Apresentamos o caso da usuária A.S.S., 66 anos, do CMS Professor Júlio Barbosa, sito na comunidade da Formiga, que através das articulações com a comunidade, Estratégia Saúde da Família (ESF) e assistência social, foi beneficiada com a sua reinserção social após transtorno mental grave. A.S.S, divorciada, única filha falecida e o neto passou a dar assistência e ser referência na localidade para os cuidados da avó. Possuía renda própria proveniente de aposentadoria. A habitação em que residia sozinha, se encontrava em péssimo estado, não havia circulação adequada de ar pelo domicílio, pois as passagens estavam vedadas, alegando a usuária, que havia entrada de pessoas que desejavam lhe roubar através das frestas das janelas. Acendia velas pelo interior da casa e habitualmente no quintal. O banheiro se encontrava com acúmulo de dejetos e ocasionalmente a usuária os jogava sobre a vizinhança através de orifício na parede. Apresentava comportamento agressivo e relatava sofrer perseguição do dono da casa. Estava há três meses com acompanhamento contínuo da Agente Comunitária de Saúde, onde se conseguiu melhor aproximação com a idosa e se trabalhou na organização de uma rede de proteção. O neto da usuária tentou levá-la para residir com ele, mas havia recusa, pois esta mantinha a história de roubos a sua casa, este, único familiar próximo, estava desorientado quanto à situação da avó. Em discussão do caso a ESF e os componentes de apoio (profissionais de saúde mental e assistência social), definiu-se como único mecanismo de proteção o tratamento psiquiátrico, através de internação. Atualmente, a usuária encontra-se internada em instituição psiquiátrica, apresentando melhora do quadro clínico e seu neto organizou-se para receber a avó em seu domicílio, onde há condições satisfatórias de moradia e continuidade de tratamento. O presente relato descreve a importância do suporte da ESF, possibilitando maior envolvimento dos profissionais com os usuários portadores de transtornos psíquicos, inserindo-os no meio familiares e sociais e a resolutividade dos casos com a prática humanizada da assistência.
Esta é a estória de H. M., feminino, 32 anos, acompanhada pela Equipe Raia...
"H. M. chegou a nossa unidade em Julho de 2011, proveniente de outra comunidade. Estava extremamente constrangida, pois foi diagnosticada Tuberculose Pulmonar. Como estava morando a pouco tempo na comunidade não conhecia a nossa equipe. Em conversa com a gerente Aline solicitou que ninguém ficasse sabendo sobre o seu diagnóstico e que preferia ir todos os dias na unidade para tomar a medicação a receber a medicação da Agente Comunitária que levaria até seu domicílio. H. M. foi apresenta à Aux de Estoque Eliane e ao Farmacêutico Bruno, que seriam os profissionais responsáveis pelo Tratamento Diretamente Observado (DOT). Dia após dia, H. M. chegava tímida à unidade, tomava sua medicação e depressa ia embora. Aos poucos, ela foi sendo conquistada por pequenas atitudes dos profissionais, como: identificar uma squeze com o seu nome, encher a squeze com água gelada para aguardar a sua chegada, uma palavra de incentivo e um sorriso sempre nos lábios. Foi permanecendo cada vez mais tempo na unidade e se vinculando aos seus cuidadores. Na primeira baciloscopia de controle o resultado já foi negativo! Uma vitória para H. M. (que já havia abandonado o tratamento em outra unidade de saúde) e para a Equipe Raia."
